segunda-feira, 27 de fevereiro de 2017

para a passagem do ar/fragmento

.

parece
derreter
os afetos
antigos

cobrindo
fantasmas
extraindo
o que
não
sabemos
num
aperto
de mãos

Quer
fixar-se
estabelecer
o
torto
a
amplidão
dos
segredos
imóveis
em suas
frestas
para a passagem do ar

se lhe mostra os dentes
perplexo
corpo
desperta

reage com dor
num
embate
incessante


é pura
pela manhã,
não
empreguinou
ainda
a fumaça
das palavras
ditas
por obrigação

Pelo
tempo
será
corroída
Não resistirá

cairá
num
deslizar
lento
ela
persistente
a olhar
a nudez
dos rostos

eles,
livres

2 comentários:

  1. Belo esse embate, a descoberta do outro, a conquista... Gratificante. Abraços.

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  2. Adoro construções poéticas corridas, que fluem, despertando sensações e devaneios. Dois mundos que se descobrem mutuamente em deslumbre e estranhamento.

    Beijos Milene, poste mais ;)

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