segunda-feira, 28 de abril de 2014

branco

Ouço o gemer das horas
não decifro
aquele meio quase almoço
Vejo uma folha em branco
e já estou nela
cheia de pontos
finais.
Não há fome
mesmo com o cheiro do meio-dia
perdi algumas respostas
no girar dos ponteiros.
E persiste o sol,
ele brilha
sobre minha sombra
e eu canto
disfarçadamente o futuro
sem mostrar o medo de ser apenas vontade
De passagem
o ensaio de um balé branco no céu,   

não vencem o amarelo
do meu sincero sorriso.

Milene Cristina

10 comentários:

  1. Muito bonito ver sua poesia crescer. Pena a dor ser sempre a maior musa. Fora do impermanente, achei a paz. Abração!

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Obrigada Fabio. Sabe mesmo de mim. Penso às vezes ser eterna essa musa . Um abraço e obrigada sempre.

      Excluir
  2. Apesar de amarelo, e dessa falta de apetite, desse desalento, mas de uma vontade de domar o futuro, o teu sorriso é sincero. E isso é muito importante; a sinceridade.
    Muito bonito, Milene!
    xx

    ResponderExcluir
  3. Milene, como vai? Gosto muito dos e-mails que tu me mandas, eles sempre contêm pequenas pérolas, assim como o que tu escreves por aqui, como esse trecho, por exemplo, que gostei muito:

    "E persiste o sol,
    ele brilha
    sobre minha sombra
    e eu canto
    disfarçadamente o futuro
    sem mostrar o medo de ser apenas vontade.

    ResponderExcluir
  4. Oi Ulisses. Estou bem. E feliz por você estar aqui. Adoro escrever pra você, pois, adoro te ler. Obrigada, esse trecho é o que mais diz, o que não quero dizer. É nele onde mais estou.

    ResponderExcluir