sábado, 25 de fevereiro de 2012

"A Valsa"

"Tu, ontem,
na dança
Que cansa
Voavas
co'as faces
Em rosas
Formosas
De vivo,
Lascivo
Carmim;
Na valsa
Tão falsa
Corrias;
Fugias,
Ardente,
Contente,
Tranquila,
Serena;
Sem pena de mim.."(Casimiro de Abreu)

Um comentário:

  1. Três Cantos

    Quando se brinca contente
    Ao despontar da existência
    Nos folguedos de inocência,
    Nos delírios de criança;
    A alma, que desabrocha
    Alegre, cândida e pura —
    Nesta contínua ventura
    E' toda um hino: — esperança!

    Depois... na quadra ditosa,
    Nos dias da juventude,
    Quando o peito é um alaúde,
    E que a fronte tem calor:
    A alma que então se expande
    Ardente, fogosa e bela —
    Idolatrando a donzela
    Soletra em trovas: — amor!

    Mas quando a crença se esgota
    Na taça dos desenganos,
    E o lento correr dos anos
    Envenena a mocidade;
    Então a alma cansada
    Dos belos sonhos despida,
    Chorando a passada vida —
    Só tem um canto: — saudade!

    Casimiro de Abreu

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